sexta-feira, 25 de abril de 2008

Primeira experiência em um Hospital

Ontem, pela primeira vez, pisamos em um Hospital Canadense. Nossa filha estava dodói, então não tivemos outra opção a não ser ter que experimentar o sistema de saúde público do Canadá. Mas, antes de ir no Hospital, resolvemos ir numa clínica infantil (Children's After Hours Clinic, uma "Walk-in Clinic", que atende sem hora marcada), pois não queríamos esperar muito, porque realmente ela não estava bem, e quando ligamos para essa clínica nos informaram que não tinha ninguém para ser atendido ainda, já que a clínica de segunda à sexta só abre de 6:00p.m. - 9:00p.m e tinha acabado de dar 6h quando ligamos.

Primeira impressão: Quando chegamos lá Natália não estava muito bem, então comunicamos lá na recepção e logo nos mandaram para uma sala para ser atendido. E aí veio a espera, Cláudio andando de um lado para o outro e depois de um belo chá de cadeira chega uma médica para atender. Examinou Natália, falava sem muita paciência, para falar a verdade não gostei da médica. O local muito bom, muito organizado, nada a desejar, mas o atendimento não foi lá essas coisas. Essa mesma médica nos encaminhou para o Hospital, decidindo que o melhor seria Natália tomar soro já que não conseguia se alimentar. Mas antes ela queria que levasse Natália para casa e desse Pedialyte, não teve outra, mas tive que olhar para ela com uma bela cara de paisagem. Então depois ela mesma viu que não tinha condições de retornarmos para casa com nossa filha naquela situação e nos encaminhou para o Hospital. Por esta consulta, como nossos cartões de saúde ainda não estão valendo, pagamos $50.


Chegada no Hospital: achei a estrutura do hospital muito boa, mas ao mesmo tempo já estava muito aperreada pelo tempo que já tinhamos perdido esperando atendimento na clínica. Bom, então seguimos para o North York General Hospital com o encaminhamento da médica, mas ao entrar lá tinha uma placa dizendo "pare e aguarde que uma enfermeira virá fazer uma triagem", e aí ficamos mofando ali por um tempinho. E aí chega essa enfermeira depois de uns 10 minutos, eu já estava com muita raiva e Natália só vomitando, e aí seguimos para triagem. E depois de fazer essa triagem sabe o que escutamos? Voltem e sentem e aguarde chamar o nome dela, não acreditei, mas assim fizemos já que ela tinha nos dito que não ia demorar a chamarem para o atendimento. Ela deve ter nos mandado aguardar porque a sala de atendimento (chamada "Yellow Zone") estava cheia. Sabe quantas horas ficamos aguardando o atendimento lá fora? 2 horas. Isso mesmo, isso depois de Cláudio já ter voltado lá para falar com a enfermeira, e ela mandou aguardar que já iam chamar. Nesse meio tempo só não chamei o governo de santo, mas é que realmente não dá para entender, como é que eles estão precisando de médicos e dificultam tanto a validação do diploma de profissionais competentes que chegam aqui? Onde será que vai parar tudo isso? Porque não fazem como na Austrália, como Cláudio mesmo comentou: "tem o sistema público, mas para desafogar um pouco mais o sistema público o governo de lá incentiva a ter planos de saúde para Hospitais particulares". Espero que seja uma fase, pois acho que qualidade de vida é igual também a um bom atendimento de saúde.


Depois de quase 2 horas de espera: finalmente chamaram Natália, e aí entramos pensando, "ufa, agora sim". Mas estávamos enganados, pois quando entramos para o atendimento na Yellow Zone, colocamos lá a pasta com os dados de Natália e sentamos para dessa vez aguardar o atendimento. Aí se foi mais uns 30 minutos e finalmente Natália foi chamada pela médica.


O atendimento: não nos deixou nada a desejar... mais do que isso, achamos o atendimento excelente, melhor que o que encontramos nos plantões dos hospitais particulares que fomos no Brasil. A médica foi muito simpática e paciente, realmente ficamos encantados e tive que esquecer a raiva por ter esperado esse tempo todo. A entrevista foi bem detalhada, abordou desde histórico familiar até os sintomas de Natália. Foi uma residente que a atendeu inicialmente, e depois a médica veio junto com a residente. Ela prescreveu um remédio para ser dado no hospital. Depois da medicação, voltamos para casa, chegamos quase 1 hora da manhã. Mas o que importa, diante de todos os estresses, é a saúde de nossa pequena.




Já estamos com nosso cartão de saúde, mas como ele só começará a ter validade no final desse mês (que é quando completaremos 3 meses), tivemos que pagar, para posteriormente pedirmos o reembolso para o seguro que a empresa em que Cláudio trabalha ofereceu no período de carência. Detalhe: ainda não pagamos a consulta com a pediatra e nem o hospital, pois eles mandam a conta para sua casa. Nada mal, vamos aguardar a chegada dessa conta. Pelo hospital pagaremos $169 (valor para residente sem health card; o valor para turistas seria $320!). Para a médica, será algo entre $50 e $100.


Finalmente também recebi a carta para resolver o probleminha que deu no meu cartão de residente permanente. Minha foto estava fora das especificações e aí tive que tirar outra e esperar receber uma carta deles para ir até lá entregá-la. Dentro de até 4 semanas estarei recebendo meu cartão, segundo me informaram.


Mas é isso... nem todos os hospitais aqui são iguais, assim como também já concluímos que existem profissionais diferentes. Agora vamos correr atrás do nosso médico da família. Impossível acertar um bom na lista dos que estão aceitando novos pacientes, sem uma indicação. Desde quando morávamos no Brasil, sempre escolhemos nossos médicos por indicação e ainda achamos que é a melhor maneira. Como gostamos muito da pediatra, pedimos indicação a ela. Ela nos indicou alguns, com o telefone para ligarmos e vermos se aceitam novos pacientes, acrescentando que, caso não estejam aceitando, podemos dizer que fomos encaminhados por ela, o que pode funcionar.

4 comentários:

Anônimo disse...

Pelo relato de alguns que lí pelos blogs, é sempre assim, a espera é enorme, mas o atendimento sempre é bom, pelo menos isso. Pois afinal pagamos uns valores tão altos de taxa e o único sistema de saúde é esse do governo. abrcs,

Nós4 disse...

Ô, amiga...
Imagino o sufoco!! Se tem uma coisa que nos deixa fora de si é quando nossos pequenos estão dodóis! Sei bem o que é isso e tb estamos passando por um aperreio, pois nosso caçula tem estado adoentado nos últimos dias.

De qualquer forma, graça a Deus, está tudo bem! Não há nada melhor que um pediatra que nos passe segurança!!

Como está a pequena depois disso??

Melhoras pra ela e tudo de bom pra vcs três!!

Tenham calma, que tudo vai dar certo!!

Beijão dos amigos,

Dani e Hamilton

:= disse...

Infelizmente estamos mal-acostumados a só usar o sistema privado no Brasil e quando chegamos aqui somos tratados como qualquer outro pobre coitado.
Independentemente de ser bom ou não, acho que essas esperas são absurdas. Conheço várias pessoas que chegaram a esperar pelo menos 6 horas na fila para serem atendidas.
Outra coisa que não gosto é como os médicos te tratam; é uma pressa danada e em todos que fui tive a impressão de que eles odiavam o que estavam fazendo.
Enfim, não há muito o que fazer, né?
Boa sorte e melhoras pra pequenininha.
Bks

Rogerio e Luciane disse...

Olá amigos,
Imagino a angústia de vocês de ficarem esperando por tantas horas, é horrível mesmo, ainda mais se tratando com nossos filhos. Mas desejamos boas melhoras para a baixinha e vamos aguardar um sistema de saúde um pouco melhor, não é?

Boa sorte e sucesso para vocês