sábado, 31 de maio de 2008

4 meses no Canadá

Hoje faz 4 meses que chegamos no Canadá. Se valeu a pena? Sem dúvida... aquela sensação de medo do novo, incerteza e estresse com o processo, passou... Ufa! Agora estamos vivendo mais uma fase maravilhosa nas nossas vidas e se o tempo voltasse, sabe o que faríamos? Tudo igual.
Finalmente, depois de 4 meses, a "emoção" do nosso processo terminou, pois essa semana finalmente recebi meu cartão de residente permanente. Cláudio e Natália receberam o cartão deles depois de 15 dias. O motivo foi que minha foto estava fora da especificação.


Bom, o que podemos falar para vocês de Toronto é que estamos adorando, temos saído bastante e descobrindo lugares lindos e agradáveis. Estamos tentando aproveitar a primavera para sair muito e assim vamos seguir durante o verão e o outono, porque quando o inverno chegar novamente complica um pouquinho por conta de Natália. Chegar no inverno aqui não foi tão difícil, me preocupei um pouco de ficar saindo com Natália, mas ela se acostumou rápido. No início chorava para vestir os casacos, mas depois ela foi vendo que realmente precisava.
Viver num país com diferenças culturais tem sido muito interessante, às vezes engraçado e outras vezes você pensa "que coisa de doido", mas acaba sendo divertido. Por exemplo, quem diria que eu iria passear no cemitério de bicicleta? Pois é, outro dia quando uma professora minha canadense veio me falar que gostava de fazer caminhada dentro do cemitério, pois achava um lugar muito agradável, eu pensei "essa mulher deve estar de brincadeira ou eu não estou entendendo bem, eu que não vou". Até que um dia Cláudio me confessou que a gente morava na frente de um cemitério. Acreditem, passei mais de um mês aqui sem saber que morava na frente do cemitério, e o pior que um dia passei na frente dele sozinha por volta de 11 horas da noite, isso sem saber, porque se eu soubesse não teria passado :), sou medrosa mesmo. Quando a primavera chegou e compramos nossas bikes, a vontade bateu e lá fomos nós.
Outra diferença marcante é saber que os chineses gostam de beber água morna. Descobri isso no curso de inglês com minhas amigas chinesas. Eu sempre via uma garrafa de café e pensava, "eita, até cafezinho tem", mas quando comecei a conversar com uma amiga minha do curso ela disse que não era café, mas sim água morna, elas bebiam apenas água morna e uns chás lá bem estranhos com gema de ovo, eu não conseguia disfarçar que achava aquilo tudo estranho. Elas se divertiam tanto com isso que até me ofereciam.
Mas o pior de tudo isso foi comer uma castanha bem diferente que uma Turca amiga minha me deu, eu tentei recusar, mas como ela insistiu para todos da sala experimentar eu tive que entrar na onda e engolir... até hoje eu não sei o que foi que eu comi e nem quero saber, para não correr o risco de engolir de novo, porque é muito ruim. Deixa ela que qualquer dia vou levar uma buchada de bode e vão ter que todos experimentar :).
Sentir o cheiro de comidas diversas aqui às vezes não é tão fácil não, e a prova viva disso é Natália. Outro dia íamos descendo no elevador e estava o cheiro de comida no elevador, não muito agradável para o nosso olfato e quando olhamos para a nossa pequena sem suportar, quase vomitando, tadinha, ficou tão mal que me pediu braço.
Já para algumas culturas é estranho olhar para Natália e ver ela tão pequena usando brinco. Um dia minha professora veio me perguntar onde tinha furado a orelha dela, já que era tão pequena. E aí eu disse que foi no hospital e logo depois que nasceu. E lá na sala as meninas paravam e ficavam olhando para o brico de Natália e perguntando a mesma coisa, acho que Natália se sentiu uma pequena E.T. :)
E realmente, passei a observar que as bebês aqui não usam brinco. Lá na creche do curso de inglês, ela também é a única com brincos.
Durante esse tempo aqui também não tenho encontrado muita gente na rua pedindo esmolas, lógico que existe, mas nada que se compare a freqüência que eu encontrava em Recife. Outro dia um entrou no metrô para pedir esmolas, mas aqui normalmente eles não permitem isso. Primeiro, ninguém colocou as mãos no bolso para dar moedas e logo em seguida apareceu alguém do TTC para fazê-lo sair do vagão.
Usamos hoje novamente o sistema de saúde pública, dessa vez minha estréia. Fomos numa clínica (walk-in clinic, sem hora marcada), mesmo. A clínica muito boa, com um equipe ampla, inclusive para realização de exames e pequenas cirurgias, e para nossa felicidade, a espera não foi demorada. Esperamos em torno de 50 minutos e tudo resolvido... mais ou menos o tempo que passávamos quando íamos numa urgência no Brasil. O atendimento também foi bom e já marquei a volta, dessa vez com hora marcada, será que funciona? Vamos ver como vai ser para realizar os exames, isso só ficarei sabendo na segunda-feira, quando vamos ligar para marcar. Detalhe: o médico me passou um 20 comprimidos, fui comprar e vieram exatamente os 20 comprimidos. Apesar dos pequenos estresses que tivemos da primeira vez que levamos Natália para hospital, temos concluído que não podemos comparar AINDA a um atendimento no hospital particular do Brasil, isso não estou falando em relação a estrutura dos hospitais, porque os daqui são tão bons quanto os particulares daí, estou falando em relação ao atendimento médico. Ao mesmo tempo seria injusto comparar nossos hospitais públicos daqui com os hospitais públicos do Brasil, pois além de estrutura, os do Brasil não tem médicos suficientes.
Outra passagem interessante que aconteceu aqui hoje foi quando estávamos no metrô voltando para casa... tinha 3 rapazes (um deles bem embriagado) no metrô com uma bebida e incomodando um pouco algumas pessoas. Nada de grave ou muito diferente do que víamos em Recife de vez em quando. Quando o metrô parou na estação seguinte, subiu, do nada, um segurança! Eu não vi ele entrando, quando percebi ele já estava abordando os 3 jovens pedindo para colocar o litro de bebida na cadeira do lado e "interrogando" o que estava bêbado. Eu olhei para Cláudio espantanda e perguntei de onde surgiu aquele segurança. E aí pensei, "quanta eficência".
Em relação ao custo de vida em Toronto: realmente é alto, principalmente se você chegar aqui e quiser pensar em real, o que talvez seja um erro grande. Entendo que quando chegamos aqui estamos trazendo em real e ainda mais quando se chega sem emprego não é nada fácil. Eletrodomésticos aqui achamos bem mais em conta. Mas para quem não está querendo gastar muito chegou a hora do garage sale, que é um verdadeiro bazar. Isso vale um post com fotos... em breve.
Enfim, estamos muito felizes e amando morar no Canadá!

9 comentários:

Anônimo disse...

Olá,

Estava olhando seu blog e achei super interessante, e inclusive, gostaria de fazer uma troca de links contigo.
Tenho um site/blog sobre o Canadá, sob o endereço http://canadabrasileiro.wordpress.com

Mantendo o site, meu objetivo é passar às pessoas percepções sobre o este país o qual atrai milhares de brasileiros e continua ano após ano, a bater recordes de estudantes enviados às suas cidades. Enfim, mostrar como é o cotidiano no país.

Ficarei aguardando respostas.

Thanks... e sucesso para ti ;)

:= disse...

Parabéns pelos 4 meses! Logo, logo vcs já estão como nós quase completando 1 ano. O tempo passa super rápido.
Vcs tiveram sorte em ter aparecido segurança pra tirar o bebâdo do subway porque nós já tivemos 2 situações bem desagradáveis com gente embriagada que ficava nos importunando. 2 deles ainda desceram na mesma estação que nós aqui perto de casa e ficaram nos esperando para subirmos as escadas juntos. Disfarçamos e fomos para o outro lado.
Bjs

K disse...

Que com que os cartões chegaram sem maiores problemas...

Engraçado esse seu medo com cemitério! Perto do nosso prédio tinha um, e foi onde eu aprendi a andar de bicleta, com uns 5 ou 6 anos! E olha que é cemitério brasileiro... tipo, você não tem dúvidas de onde está!

E sobre o segurança aparecer do nada... na viagem que fizemos pelo Canadá, andamos vários km por estradas e nós nunca víamos um posto de polícia ou algo assim. Mas toda vez que víamos um carro enguiçado, lá estava o carro da polícia junto. Impressionante! A gente não sabia de onde eles surgiam!

Beijos,

K.

Fernando e Silvia disse...

Oi Elaine, parabéns pelos 4 meses. Espero em breve poder também comemorar essa data. Ainda estou aguardando o pedido de exames médicos, acho que chegará em Julho. Sempre leio seu blog, pois vocês moram na região que provavelmente iremos. Um grande abraço,
Silvia

Anônimo disse...

Prontinho Elaine, adicionada na minha lista =]

Sandro e Família disse...

Elaine

Parabéns pelo belo relato dos primeiros de muitos meses em terras canadenses.
Continuaremos torcendo e acompanhando as conquistas da família em Toronto.

Abração

Unknown disse...

Oi Elaine,
Fico feliz que voces estao gostando!!! Gosto muito do jeito que voce relata suas historias. parabens!!!!
Me manda um email e eu te ajudo com dicas para o aniversario da Natalia. As nossas meninas tem a mesma idade e pelo que voce contou elas adoram a Dora. :-)
Meu email: dendmf@hotmail.com
Abracos,
Denise

Sweet Canadian Life disse...

Oi Elaine,
Fico feliz que voces estao gostando!!! Gosto muito do jeito que voce relata suas historias. parabens!!!!
Me manda um email e eu te ajudo com dicas para o aniversario da Natalia. As nossas meninas tem a mesma idade e pelo que voce contou elas adoram a Dora. :-)
Meu email: dendmf@hotmail.com
Abracos,
Denise

Taís Jacques disse...

OI Elaine, muito bom este seu último post, principalmente na parte que vc fala que vcs migraram no inverno, e não setiram muito...Eu tenho um certo pavor de migrar no duro do inverno, imagino que seja tudo mais difícil...
Pode ser que eu migre para Toronto ou Hamilton com meu irmão até o final do ano, por isso vou acompanhar seus próximos relatos de Toronto, atentamente!!

abraços,

Taís Jacques